Traumas da Coluna Lombar

Figura 1 - Zuñiga, jogador da Colômbia, faz falta no jogador Neymar, lesionando-o com uma fratura no processo transverso da vértebra L3, em 4/7/2014.

Disponível em https://vitaclinica.com.br/blog-da-vita/trauma-na-coluna-sempre-envolve-riscos/, acessado em 21/4/2021.


O que um quiropraxista precisa estar atento em relação a traumas da coluna lombar?

Os mecanismos que criaram a lesão, a localização, a descrição, se há instabilidade e possíveis complicações.

Lembrar que a maioria das lesões vertebrais é devida a forças em flexão, seguidas por lesões em compressão (extensão, rotação e tração são raras).

Quanto a localização, pensar na regra das 3 colunas: anterior, média e posterior.

Anterior: 2/3 anteriores do CV e LLA (ligamento longitudinal anterior);

Média: 1/3 posterior do CV e LLP (ligamento longitudinal posterior);

Posterior: arco neural - elementos posteriores, processos articulares e zigoapófises, ligamentos interespinhosos e supraespinhosos.

Sobre a instabilidade, as fraturas estáveis não determinam riscos de lesão em elementos neurais ou tecidos moles. Já as instáveis, podem determinar riscos de lesão neurológica (mais comuns na cervical; na pelve, o risco é de lesão de órgãos internos e vasos).

No que diz respeito às complicações, há riscos de comprometimento neurológico, hematomas, lesões de órgãos, pseudoartrose (má união), infecções, miosite ossificante (ossificação de tecidos moles).

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Traumas da Coluna Lombar (fraturas compressivas, patológicas, explosivas)

Compressivas

  • Mecanismo: flexão e compressão axial;
  • Localização: segmentos T12-L1 e L1-L2;
  • Descrição: assintomáticas após um período relativamente breve (2 a 4 semanas);
  • Instabilidade: normalmente são fraturas estáveis;
  • Possíveis complicações: comumente vistas em pacientes com osteoporose avançada.
  • Na radiografia (lateral), observa-se:
    • encunhamento anterior do corpo vertebral (superior a 15%, caso contrário, pode ser variante anatômica);
    • defeito em degrau: ângulo superior anterior do CV (indica fratura recente);
    • zona de condensação: linha radiopaca, paralela ao platô superior (indica lesão recente);
      • desaparecem em 1-2 semanas;
    • ruptura do platô superior;
    • edema de partes moles;
    • íleo paralítico: aumento na quantidade de gás em vísceras abdominais indicam resposta autonômica ao trauma.

Figura 2 - Nesta imagem podemos notar características de uma fratura compressiva: a) encunhamento do CV anterior, b) defeito em degrau (ângulo superior do CV) indicando fratura recente, c) zona de condensação (linha radiopaca - branca).
Material de aula Prof.a Aline de Almeira Ferreira (UAM)


Explosivas

  • Mecanismo: compressão axial do CV; 
  • Localização: L3-L4, L4-L5
  • Descrição: fratura cominutiva com projeção dos fragmentos para fora do CV (50% causam déficit neurológico)
  • Instabilidade: 
  • Possíveis complicações: comumente vistas em pacientes com osteoporose avançada.
  • TC e RNM são importantíssimos para averiguar lesões na medula espinhal.
  • Na radiografia AP pode aparecer aumento da distância interpedicular.

 

Figura 3 - Fratura explosiva em L5. Radiografia lateral. Nota-se que falta um pedaço do CV no seu eixo axial. 
Material de aula Prof.a Aline de Almeira Ferreira (UAM)

Figura 4 - Na TC, procura-se por fragmentos que possam atingir a medula espinhal.
Material de aula Prof.a Aline de Almeira Ferreira (UAM)

Figura 5 - Radiografia, AP. Aumento do espaço interpedicular em L3 (fratura explosiva antiga).
Material de aula Prof.a Aline de Almeira Ferreira (UAM)

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